25 de setembro de 2013

Sensores sem filtro

   A fotografia digital está em constante evolução, vem sofrendo várias metamorfoses ao longo dos anos e as pesquisas de desenvolvimento de novas tecnologias estão a todo vapor. As fabricantes seguem uma incessante busca por novidades, para arrebanhar 1% que seja dos usuários daquela concorrente e há um ditado que diz "nada se cria, tudo se copia". Até o que a gente considera novidade é inspirado em algo que já foi usado há um tempo atrás e agora foi melhorado. E os sensores não poderiam ficar de fora dessa busca por evolução, a "moda" agora é retirar filtros normalmente usados neles. Vamos ver o que as fabricantes tem oferecido a nós (ou tirado de nós):
Nikon D7100 é outra câmera a abir mão do filtro passa-baixas
   Acredito que nunca se ouviu falar tanto em moiré, anti-aliasing e filtro low-pass (chamado por alguns de passa-baixas). Este artigo na Wikipedia explica de forma bem básica o que é o moiré, uma espécie de serrilhamento que se forma em linhas diagonais, e um filtro é inserido nos sensores para eliminar ou reduzir este efeito. Este filtro é o AA (anti-aliasing) ou OLPF (optical low-pass filter) mas tudo tem seu preço, ele reduz de forma bem sutil a nitidez e resolução de imagens a fim de que estas linhas diagonais fiquem essencialmente retas. O que Nikon e Fuji fizeram recentemente foi criarem alternativas para que se ganhe de volta esta "nitidez perdida" e cada uma seguiu um caminho diferente, e acredito que ambas com sucesso. 
Fuji X-E1 é uma das mirrorless Fuji a contar com o sensor X-Trans
   A Nikon lançou simultaneamente as reflex D800 e D800E que são idênticas, a não ser pelo fato de a segunda não possuir o tão falado OLPF. O filtro não foi totalmente eliminado do sensor da D800E, mas o efeito anti-aliasing foi quase todo removido e a Nikon chama isso de "definição absoluta" para quem procura imagens mais nítidas possíveis. Os maiores interessados nisso seriam os fotógrafos de médio formato pois estas câmeras já não possuem este filtro e como a resolução da D800E é de 36.6 megapixels, uma resolução condizente com o médio formato, estes profissionais poderiam optar por uma câmera muito mais barata e com um corpo bem menor.
Esquemas dos filtros passa-baixas da D800 e da D800E
   A Fuji desenvolveu um sensor inteiramente novo, o X-Trans, que possui uma matriz diferente do padrão Bayer encontrado nos sensores convencionais, este sensor rearranja os pixels R, G e B de forma que o moiré é totalmente eliminado do sensor. O sensor Bayer agrupa os pixels em um conjunto 2x2 com 2 pixels G, 1 R e 1B de forma que em algumas linhas não hajam pixels R e em outras não hajam pixels B. Mo sensor X-Trans os pixels estão agrupados em um conjunto 6x6, desta forma há pixels R, G e B em todas as linhas e isso inibe a formação de cores falsas e do temível moiré. Este sensor X-Trans está presente nas mirrorless X-Pro1, X-E1 e X-M1.
Esquemas dos sensores tradicional (à esquerda) e X-Trans
   A grande verdade é que estas melhorias só são percebidas, na maioria das vezes, em grandes ampliações e apenas usuários avançados necessitam disto que a Nikon chamou de definição absoluta. Mas o mercado se abre para aqueles que estão em busca da imagem perfeita e não há nada de mal nisso, o mundo da fotografia agradece.

Fonte: Revista Digital Photographer Brasil nº 26

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